Paulo era louco por Aline. Ele perdia o sono e se pegava sonhando
acordado com o prazer de
possuir aquela mulher. Mas ele era casado e
ela era a melhor amiga de sua esposa.
Aline era mãe solteira, trabalhadora. Mulher séria e de poucos e
bons amigos.
Paulo tinha um amigo. Um quase irmão. Confidenciara à ele sobre
Aline e, Fredy, bem mais ousado, decidiu que ajudaria Paulo a concretizar
aquela louca fantasia.
Uma poesia foi escrita. Uma rosa foi comprada e, perto do serviço de
Aline, Paulo dera uns trocados para que um menino entregasse a rosa e
o cartão com a poesia para ela. Com a condição de que ele não
diria como era o homem que lhe pagara para fazer a entrega.
Era a tarde de uma quarta-feira e, durante dois meses aquele feito
virara um ritual. Todas as tardes das quartas-feiras que se seguiram
Aline recebia sua rosa juntamente com juras de um desejo quase
pecaminoso e totalmente imoral.
Aline corria para a janela do segundo andar do prédio, mas na rua
movimentada ela nunca via alguém familiar que pudesse ser o
responsável pelas rosas e por tantos desejos.
Numa tarde, a rosa e, ao invés de uma poesia, um bilhete.
“Se você quiser saber quem sou, estarei no bar tal, após o teu
horário de trabalho, apareça por lá e sinta de perto todo o desejo
que tenho por você!”
Aline não resistiu. A curiosidade mesclada com o desejo despertado
por aquele louco ritual
falou mais alto em seu âmago e ela foi
cegamente. Jamais saberemos se ela desconfiava já de Paulo ou se
realmente foi pega de surpresa.
Sabe-se apenas que durante três meses, todas as semanas eles se
encontravam e entregavam-se a todas as delícias advindas da luxúria
e do prazer a dois.
Depois acabou como tinha que acabar. Aline acostumara-se com sua vida
de solteira e sabia que se continuasse se afeiçoaria a Paulo, que
era afinal, o marido de sua melhor amiga.
Até hoje, eventualmente se encontram sem que qualquer palavra seja
dita sobre o ocorrido e, isto já tem mais de vinte anos. Um pecado
cometido a dois e urdido por uma terceira pessoa, que jamais sequer
conhecera Aline, o objeto dos mais secretos desejos de Paulo.
Hum..Gostei da história
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