domingo, 10 de agosto de 2014

Doze Horas

Feito foto em preto e branco,
nanquim ou natureza morta,
ela fitava o nada.
Na velha mesa, escorada.
E em pensamentos confusos
o amor batia-lhe á porta.

Depois dava doze horas
no relógio de parede.
Vivia de tantos "talvez"
que esquecia-se dos "agoras"

Os anos que já se foram,
lá se foram com seus planos
de ter luxúria e gozar;

Restaram-lhe os desenganos,
algumas jóias, um gato
e a parede a lhe fitar!

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