(In)Quieto

Eu quero que todos os adjetivos
abstratos e concretos,
sejam menos quantitativos
e muito mais indiscretos.

Não quero dourar a lua,
nem estrelas alcançar.
Quero-te é toda nua
sobre o meu corpo a bailar.

Quero orquestra de gemidos,
um poeminho de Drummond.
Murmurar nos teus ouvidos.

Te mostrar o que é bom.
Testar todos teus sentidos,
ser teu servo e ser teu Dom.

Ah, estes cobertos seios,

que me imploram meneios.

que me forjam devaneios.

Ordenam-me mil anseios.

Oferecem-se sem receios,...

E depois,

voraz e mansamente,

os saboreio!

Existe um jardim encantado,
além dos pagos da razão.
É lá que tu deves passear,
nas asas de um alazão.

Vais ouvir os sabiás,
sentir o cheiro das flores;
Ouvir Minuano e sonhar,
com quem sabe, mais sabores.

Hás de ser prenda faceira
e teu gaudério encantar.
Vais amar rente a fogueira.

As tristezas, enterrar;
Brincar com as nuvens do céu
e de feliz, vais suspirar.

Ah, esta tuas coxas

que tantos cobiçam;

Que me roubam ereções,

e safadas, me eriçam.

Imagino a fonte oculta

e em devaneios, a gruta.

cujo mel me embriaga

quando te fazes de puta.

Ah, estas tuas coxas

que tem cheiro de prazer,

que tem um "Q" de querer;

Que tem um pouco de mim

impregnado em teu ser;

Nos delírios deste IN_!

O teu dono te cativa,
te instiga e,
feito Godiva
Tu cavalgas nua.
Por solos áridos,
semi breus e lua.

O teu dono te ordena:
Os prazeres da carne,
os eriçares de pele,
e a luxúria suprema.

O teu dono te gosta,
te sorve qual licor.
Te prende e te ama;
E te toma com furor!