domingo, 26 de janeiro de 2014

O que é ser Dominador?


De tempos em tempos as pessoas leiam, escrevem contos descrevendo homens, mulheres dominando, sendo Donos. Mas em poucos casos, até mesmo raramente, apresentam um questionamento: o que é dominador? A palavra ‘Dominador’ tem que ser compreendida como um termo que ultrapassa as barreiras do gênero, e constituindo uma relação bilateral na busca do prazer.

A busca pelo prazer deve estar sempre em primeira instancia, mas para podermos entender as questões referentes à dominação é preciso observar os fenômenos conceituais que pedem não ser compreendidos com facilidade, e nesse aspecto, é preciso buscar um conceito elaborado por Kant: autonomia. O ser autônomo está comumente referente ao ato de autodeterminar. Mas essa autodeterminação está presente a noção que tudo depende de si mesmo, e as suas construções sempre estão em processo levando o ser autônomo saber o que é melhor para si mesmo sem interferência dos outros. A interferência indica que a autonomia é por completo; mas a questão da autonomia também faz uma referencia ao conhecimento.

O conhecer sempre será um meio de propiciar a dominação, pois somente conhecendo os limites, as práticas que o ser Dominante conseguirá proporcionar uma dominação mais efetiva. Mas também é através do conhecimento apresentado no ser dominante que pode realizar o ato de cuidar de si do seu ser heterônomo. E todo esse cuidar é preciso que o ser dominante tenha conhecimento que seus domínios podem aumentar ou diminuir de acordo com seus interesses. Tudo está relacionado como nós vivenciamos a heteronomia. Um bom ser dominante é aquele que regula a dependência do heterônomo; pois a heteronomia que necessita muita dependência do seu ser dominante está propenso ao ato da entrega incondicional, a qual tem muitos seres dominantes não estão prontos. A entrega incondicional faz uma referencia à confiança que o ser heterônomo possui perante o Dono. E esse tipo de entrega pode assustar os seres dominantes que estão começando.

E referente à entrega incondicional o ser dominante deve conhecer, ou ter a noção limiar entre a sanidade e a insanidade que pode estar presente em ambos. É preciso que haja um autocontrole muito forte, pois o ser dominante trabalha com os limites duplos: dele e do submisso que lhe pertence. Mas todos os limites existentes em ambos podem ser rompidos, mas o ato de romper os limites indica que um estágio no relacionamento D/s foi superado. É preciso ressaltar que as negociações devem acontecer sempre, e nunca serem rompidas pelos interessados na manutenção do relacionamento D/s.

Todo e qualquer relacionamento sempre é importante deixar claro que existem vários momentos. E nesses momentos são construídos, ou destruídos os alicerces de um relacionamento duradouro que possam construir uma história solidificada permeando um modo de ser solidificado. Em todo o momento é preciso que haja uma contínua procura por diálogos permeando a construção de um olhar mais firme entre os interessados no relacionamento D/s.

Porém ser dominador não está somente presente no mando, mas também na forma de conduzir o ser dominado. A condição do ser dominador não se centra somente em dar ordens, é algo que ultrapassa o ato de ordenar. Ser dominador é também cuidar-de-si-mesmo criando meios fortes e convictos diagnosticando a convivência interna harmoniosamente. E nesse sentido um bom dominador é aquele estará bem consigo mesmo. E consequentemente provoca um momento harmonioso no seu dominado.

Dessa forma para ser dominador é preciso que ele exerça duas dominações, a primeira que é a fundamental: as dos seus desejos. A segunda do seu dominador: demonstrar quem manda. Um bom dominador não precisa gritar, basta ser coerente. No entanto, é importante notarmos que a coerência deve fazer parte da vida de qualquer pessoa. A coerência é a ligação homogênea entre o discurso e a prática. Mas também, a coerência deve estar relacionada com o pensamento.

Além da coerência é preciso compreender a existência da imensa diferença entre a teoria e prática. É necessário entender que ao falar das práticas o dominador não deve exaltar o seu modo comportamental, e nunca esquecer que seu modo comportamental deve ser carismático. O carisma é um elemento crucial para a dominação ser apresentada ao submisso sem problemas algum. Tudo o que existe nesse mundo do D/s sempre vai estar presente às questões pertinentes à hierarquia. Não há como se desvincular essa questão, que pode se tornar problemática se o elemento dominador não apresentar a necessidade da hierarquia.

Contudo é fundamental ser observado que as pessoas, atualmente, esqueceram-se das questões hierárquicas que estiveram presentes na sociedade. Não há mais aquele espírito do velho ditado ‘cada macaco no seu galho’ e hoje as pessoas estão continuamente interferindo nas questões alheias. Dessa forma é fundamental enfatizar que as questões, para ser um dominador, apresentadas ao longo desse texto sejam os meios para possibilitar uma reflexão comportamental de cada um. O autônomo deve em primeiro momento ser dono de si mesmo, e o heterônomo conhecer seus limites. E vamos apresentar as questões relacionadas com autonomia e heteronomia em outro texto.



Extraído de MUNDO BDSM

4 comentários:

  1. parece uma delicia, mas infelizmente os homens gostam mesmo é de ser dominados.
    http://beaparatodos.blogspot.com.br/

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    1. Bem todos Béa. Este (In)Correto é um dominante com sua menina,...

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