segunda-feira, 1 de abril de 2013

Friedrich e Flor - Parte II (Repost)


--- Tuas fantasias são sádicas! Disse ela baixando o olhar.
--- E isto te assusta? Falou ele em com sua voz calma e grave.
--- Pelo contrário. Isto me excita. (Sorriso tímido)
--- Mas sabe que posso vir a te machucar né?
--- Há coisas que não farei. Eu acho! Titubeou.
--- Vencerá seus limites. Sabe disso.
--- E se eu não conseguir?
--- Então, talvez não seja digna! Disse ele num tom um pouco mais grave que o de costume.
--- Ser digna do teu amor e de teus caprichos é tudo o que mais quero.
--- Então, com calma e persistência, venceremos limites. Ele olha-a nos olhos e aperta suas mãos com uma força protetora e desnecessária.
--- E se eu fraquejar? Flor baixa o olhar novamente, temendo uma represália de seu Dono.
--- Terei que te castigar. Lamento! E este "lamento" também servia de ponto final aquele diálogo pequeno, mas tão cheio de nuances.
Estas poucas palavras a excitavam sobremaneira e ele sabia disso. Usava tons de voz, frases de efeito e toda uma gama de jogos psicológicos para extrair de sua fêmea, prazeres que ela até então desconhecia.
Talvez por que a maioria dos homens com quem se relacionara fossem egoistas e pensassem muito mais no próprio prazer do que no prazer da parceira. Outra atenuante talvez se devesse ao fato da beleza que ela possuia.
Os homens a bajulavam e não poupavam adjetivos elogiosos em busca unicamente dos fáceis prazeres da carne. Isto, por muitas vezes tinha feito com que ela desacreditasse nos homens e no falso e efêmero amor que lhe ofertavam. 
Ele, que pouco falava, que era direto, mas que demonstrava com atitudes a grandeza de sua alma, havia cativado aquele coração matreiro. À ele, ela havia ofertado cegamente toda sua servidão e credulidade.
Era agora escrava de um sentimento que nem bem sabia descrever. Sabia apenas que este sentimento trazia-lhe prazer ao corpo e a alma.
E naquele momento, era tudo o que ela queria de sua vida, até então, praticamente sem rumos ou portos seguros. 

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