quarta-feira, 24 de abril de 2013

For Sale



Uma vez um amigo montara um apartamento aconchegante. Havia amigos, puxa-sacos e todo o tipo de pessoas que se possa imaginar.
Algumas muito amáveis, diga-se de passagem. Ele o fizera por um único motivo. Aquele apartamento, em sua mente era um castelo que aguardava por uma princesa.
Ela seria sua rainha e juntos reinariam por vários mundos, sempre de mãos dadas.
Surgiu a tão esperada dama e completara-o de tal forma que ele sequer sabia respirar sem ela.
Mas, por estas peças que a vida prega, humano que era, governou de forma errônea, equivocou-se com certas verdades, e numa tarde qualquer, a rainha foi-se embora.
A casa ficou desarrumada. Coisas fora do lugar, idéias desconexas, pesamentos desordenados e uma dor que ele disfarçava com um sorriso amarelo.
Enfeitou seu castelo, pensou em redecorar, pensou, pensou e pensou.
Aprendeu coisas deste acontecido, refletia dia e noite. Não com raiva de sua princesa, mas com um carinho que ele nem sabia explicar, pois entendia que havia falhado e esta talvez seja a pior parte.
A ignorância das coisas ameniza as dores, mas o saber e compreender vai cortando aos poucos, sem parar. É lâmina intermitente.
Agora o castelo está as moscas. Ficou uma linda história de amor que a distância não devia ter destruido.
Talvez ele alugue seu  castelo, talvez o venda. Ainda não sabe este amigo.
Ele só sabe que ter cuidado deste castelo foi uma das melhores coisas que fez e sua existência. Mas isto agora parece passado.

Um comentário:

  1. Não. Não é passado. A geografia do coração não mede a distancia, tampouco a direção de quem presentea-lo. Eu volto mais tarde pra falar desse castelo, desse rei, da sua amada rainha, do bobo da corte e de todos os puxa sacos e falsos amigos que sumiram.

    Amei a história, admiro todas as tuas letras, estejam em quais esferas estiverem. PArabéns!

    Bjo

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