quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Crise Aguda


(M)        Médico
(P)          Paciente

Entrando no consultório médico:

(M)   --- Bom dia. Posso saber o que está acontecendo?
(P)         --- Bom dia Dr. Bem, eu ando me sentindo meio estranho ultimamente.
(M)        --- O Sr. pode ser mais específico por favor?
(P)          --- Eu venho sentindo umas palpitações aqui ó (põe a mão sobre o coração) que me surgem do nada. Esta semana perdi o sono três vezes e fiquei horas ouvindo música até adormecer novamente.
(M)        --- Interessante. Tem mais algum sintoma que gostaria de contar? Pergunta o médico enquanto ausculta o peito do paciente.
(P)          --- Bom Dr., prá ser sincero eu me peguei lendo uma poesia estes dias. Ah, e ao sair pela manhã, lembro de ter sentindo o perfume de flores. Só que a muitos anos eu sequer reparava nelas.
(M)        --- Olfato apurado. Gosto por poesia e música,... E me diga: O sr. tem tido sudorese nas palmas das mãos?
(P)          --- As vezes. É, agora que o sr. falou, as vezes acontece sim.
(M)        --- Outra coisa: O sr. se considera sério e sisudo ou alegre e sorridente?
(P)          --- Bem Dr., o sr. sabe né, esta vida moderna, a correria,... Geralmente sou sério, meu trabalho me cobra isso. Mas de uns tempos para cá ando mais leve. Digamos, mais “de bem com a vida”. (Afirma o paciente e emenda). --- É grave Dr.?
(M)        --- Eu vou lhe pedir uns exames para ter certeza. Sabe como é, não posso dar um diagnóstico sem ter embasamento científico,...
(P)          --- O sr. está me assustando Dr.
(M)        --- Calma meu amigo. Se eu estiver certo, pode até não ter cura, mas ninguém morre disso. O sr. vai ficar bem! (Afirma o médico com um ar de quem passa tranquilidade).
(P)          --- Mas Dr., se o sr. fosse arriscar algo agora. O que me diria?
(M)        --- Na sua idade não é muito comum, mas eu diria que o sr. está fazendo um quadro de crise aguda de “Romantismo”. E isso pode até doer, mas matar não mata.
(P)          --- E o que eu faço Dr.? Não sei mais lidar com isso.
(M)        --- Tome umas doses de coragem. Deixe-se sorrir e quando descobrir (se é que ainda não sabe) a causadora destes sintomas,... Declare-se à ela. Tenho certeza que o sr. vai se sentir bem melhor.
(P)          --- Obrigado Dr. Foi muito bom ter consultado com o sr.
(M)        --- O próximoooo. (Grita o médico pela porta entreaberta). Estes cinquentões me vem aqui com cada problema. Eita profissãozinha danada esta minha.

Um comentário:

  1. Eu adorei esse conto vida, rsrs...gostoso demais de ler viu, bjos em vc!!!

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