segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Apenas um Poeta



Durante um tempo, todos os dias ele preservara a mesma rotina. Acordava, tomava seu café, abria a tela do computador e revia algumas fotos. Carregava o programa de mensagens, ela não estava lá. Pensava em escrever algo que arrefecesse aquele sentimento amargo. As vezes conseguia, noutras não. Chegava a sentir em seu corpo, ainda, o tesão que ela causara, sem nunca sequer ter se aproximado dele.
Nesta triste rotina ouviu pássaros, chuva, carros, música, tilintares renitentes e silêncio. Ouvia seus próprios versos inacabados, que ecoavam desobedientes de dentro do seu cérebro.
Um dia o barulho parou. Aquela dor transformara-se em uma boa recordação. Lembrava-se agora dos sorrisos, das palavras doces e dos sonhos de areia. Era bom lembrar. Era como se tivesse realmente saído da virtualidade.
Não havia mágoas nem senões, afinal, ele era apenas um poeta!

Nenhum comentário:

Postar um comentário