Durante
um tempo, todos os dias ele preservara a mesma rotina. Acordava, tomava seu
café, abria a tela do computador e revia algumas fotos. Carregava o programa de
mensagens, ela não estava lá. Pensava em escrever algo que arrefecesse aquele
sentimento amargo. As vezes conseguia, noutras não. Chegava a sentir em seu
corpo, ainda, o tesão que ela causara, sem nunca sequer ter se aproximado dele.
Nesta
triste rotina ouviu pássaros, chuva, carros, música, tilintares renitentes e
silêncio. Ouvia seus próprios versos inacabados, que ecoavam desobedientes de
dentro do seu cérebro.
Um
dia o barulho parou. Aquela dor transformara-se em uma boa recordação.
Lembrava-se agora dos sorrisos, das palavras doces e dos sonhos de areia. Era
bom lembrar. Era como se tivesse realmente saído da virtualidade.
Não
havia mágoas nem senões, afinal, ele era apenas um poeta!
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