sábado, 4 de agosto de 2012

Quem Roubou as Palavras?



Quem roubou todas as palavras?
Os verbetes? Os vocábulos?
Eu que sorvo entrelinhas,
cheiro um perfume metafórico,
saboreio dicotomias cruas,
"sou também o mais eufórico";
Vislumbro donzelas nuas.

Sinto táteis os sofismas.
Morrerei de fome e de sede?
Acho-me de outro planeta!
E como escrever sobre ti?
Se deténs minha caneta.

Como dizer o que aflora?
Que vis pudores eu rasgo?
Eu te quero aqui e agora;
por que o desejar é aflito;
Não tem razão e nem hora!

Vejo seios eriçados
que enfeitam a bela senhora.
Imagino a gruta vertente
que inunda lençóis afora.

Vejo um poeta vadio,
catando mais consoantes,
vejo minha musa no cio
e o prenuncio dos amantes!

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