quinta-feira, 12 de julho de 2012

Quinze Anos Depois,...

__ Olha. Eu não sou exatamente amiga da tua ex, mas a gente se conhece. Você acha certo sairmos no primeiro encontro? Ainda nem nos conhecemos direito. Argumentou Mari.
__ E tem forma melhor de nos conhecermos do que na intimidade?
Foi assim que sai com a ex-noiva de um amigo. Sem o menor constrangimento da minha parte ou da dela depois destas poucas frases trocadas após uma noite numa balada.
Mari era um pouco mais velha do que eu, mas era pequena, mignon. Descendente de italianos e dona de um fogo que até então eu não conhecia. A menina metida a séria, prendada e de pouca fala, simplesmente, na cama, dava lugar à uma devassa completa e sem tabus. Ela sempre queria mais e, nos três meses subseqüentes,era normal amanhecermos transando.
Claro que quando se tem vinte e poucos anos tudo é passageiro. Inclusive Mari. Antes que parássemos para raciocinar, ambos estávamos de olho em outras pessoas e assim, numa noite qualquer, nos encontramos na mesma balada, só que cada um de nós com outra companhia. Naquela noite não falamos e nem pelos quinze anos que se seguiram. O destino tratou de fazer com que ambos tomássemos rumos completamente diferentes até que:...
__ Oi. Você não é o Fredy? Falou a senhora do banco de trás cutucando meu ombro com uns dois ou três dedos.
Eu me virei, olhei e não a conheci. Era uma mulher que o tempo com certeza havia maltratado.
__ Sim, sou eu. E você? Me conhece? Eu perguntei mais por educação do que por qualquer outro motivo. Estávamos num ônibus e eu não fazia a mínima idéia de quem se tratava.
__ Sou eu Fredy. A Mari. Lembra de mim?
Eu tentei não demonstrar aquela expressão de surpresa negativa. Eu guardava a imagem da menina bonita, mignon e altamente desejável. Tudo aquilo estava desfeito, desmoronara naquele segundo.
Mary, nos poucos minutos que ainda tínhamos me falou da sua vida. Do insucesso no casamento, dos filhos que ela tivera, das mágoas e do desemprego. Perguntou se poderia me visitar. Afirmou sentir saudades da época e do que fomos um para o outro.
Eu, polidamente disse que sim, mas que estava em um relacionamento sério e, que talvez não fosse uma boa idéia. Ela não demorou a apertar a campainha e eu, do meu banco vi aquela mulher maltratada pelos anos pela última vez.
Não sei o que foi feito de Mary, mas prefiro pensar nela como aquela menina bonita e cheia de vida que eu reencontrei na balada, após ambos estarmos livres e afins.
Talvez um dia eu a reencontre, talvez nunca. Não sei.

Por que eu contei esta história à vocês?
Justamente para poder dizer que o dia de hoje é o mais importante de nossas vidas. O ontem não mais nos pertence e o amanhã é incerto. Podemos pensar nele com algumas precauções e usando as lições que a vida nos impôs, mas não podemos evitar de reencontrar as tantas Maris que o tempo maltratou. Talvez eu, você, ou alguém que gostamos muito possa vir a ser uma Mari amanhã. Então,.... temos o hoje, dele somos senhores e podemos tudo.
Lembrem-se disso!




O futuro?
Amanhã talvez,...

E o passado?
O passado é um jardim
que rego na memória.

Hoje é presente!
Sente?
Tem vida, tem noite fria;
Água na bica e poesia.
Precisa mais?
(In)Corrreto

Postado originalmente no Diário de Bordo

6 comentários:

  1. Tenho a sorte de ter sido sempre uma mulher muito amada,portanto o passado guardo com carinho.Trago as minhas vivencias sempre em mim...recordo-as apenas para que possam de alguma forma servir de alicerces em mim para o meu presente e futuro...mas vivo sempre e intensamente o presente porque o passado não volta mais!

    beijos enorme nas tuas palavras

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  3. Exatamente! Somos senhores do nosso hoje e podemos tudo. Sem arrependimentos depois.

    Beijos borboléticos!

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  4. Esse texto mexeu bastante comigo e parei para refletir que devemos a cada dia vivermos cada momento no presente..Beijuss lindo e bom domingo!

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  5. Esse texto mexeu bastante comigo e parei para refletir que devemos a cada dia vivermos cada momento no presente..Beijuss lindo e bom domingo!

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