Casada (Conto Erótico)

Ela era linda. Mas era uma beleza diferente por ser simples e natural. Não havia grandes


produções como maquilagem forte ou roupas extravagantes. Ela era linda por que nasceu linda. Deus havia sido generoso com aquela mulher.

Eu queria puxar assunto. Tinha que puxar assunto!

Sabia que em breve o ônibus viria, e ela desaparecia levando minhas chances de saber mais ou aproximar-me daquela mulher que me ofuscava os sentidos.

Eu, destreinado pela vida sedentária e acomodada, estava naquele momento com a língua travada e nada saia. Nem uma palavra sequer.

De súbito ela vira-se, dá um sorriso e nem pergunta e nem afirma. Ou seria ambos?

--- Você é casado né?

O prédio mais alto da cidade acabara de desabar sobre minha cabeça, nunca ninguém havia sido tão direta assim comigo. Mas arrisquei:

--- Tenho família sim.

--- Então é casado. Afirmou ela, sorrindo novamente, fixando o seu olhar no meu.

--- Defina “casado”. Retruquei.

--- Tem mulher, tem família, mas não perde a oportunidade de arrastar a asa quando está só. E, adora fazer um monte de coisinhas deliciosas que em casa não arrisca sequer comentar, por que provavelmente representa um papel sério e conservador. Respondeu-me ela.

--- É. É mais ou menos isso, e você, diga-se de passagem, me faz pensar em todas estas coisinhas que passaram pela tua e pela minha cabeça.

--- Não vou te julgar. Não sou juíza e meu ônibus vem vindo. Pegue meu telefone. Se quiser podemos falar sobre estas “coisinhas” qualquer dia destes.

--- Vou te ligar sim. Podes ter certeza.

Nisso para o ônibus que ia para um local bem diferente do meu, ela sobe e quando a porta já estava fechando ela vira-se e confidencia-me para o meu espanto:

--- Também sou casada.

Eu ainda estava em transe, foi tudo muito rápido, mas decididamente aquele dia, aquele ponto de ônibus e, acima de tudo, aquela mulher, trariam um novo sentido às minhas tardes de solidão e vazio. Só uma coisa me perturbava e ao mesmo tempo me atentava. Aquele olhar forte e dominador que ela lançara sobre mim,... Seria prenúncio de algo ou eu apenas estava encasquetado com a objetividade daquela mulher fascinante?

Uma semana se passara e eu já olhara umas mil vezes para aquele pedaço de papel. Nem o nome dela eu tinha perguntado.

Ow anta! Eu me xingava em silêncio a todo o instante.

Naquele tarde meu chefe estaria de viagem para *Brasília. Voltaria somente uma semana depois e,


isto significava que eu teria algumas horinhas para fugir do trampo sem que ninguém me cobrasse. Teria que ser esta a minha grande oportunidade.

Um pouco antes da hora que eu a havia encontrado eu criei coragem, (a mão tremia e suava frio, mas não se deve admitir este tipo de coisa). Liguei e aguardei.

Alô. Quem fala? Respondeu ela, com aquela voz que eu já admirava.

Olá. É o Alfredo. Na parada, no outro dia,... Lembra?

Claro que eu sei quem é você. Demorou para me ligar. Se não ligasse esta semana eu jamais te atenderia. Não sou mulher que perde tempo esperando. Disse ela com voz forme e ao mesmo tempo agradável. Se é que é possível mesclar estes dois adjetivos em apenas uma frase ao telefone.

Bem, adoraria te rever. Basta você me dizer onde e quando. Respondi sem fazer menção a crítica dela.

Amanhã almoçarei em um pequeno restaurante de comida chinesa, no calçadão. Aquele pequenininho e aconchegante. Sabe?

Sei sim. Claro!

Esteja lá antes das 12:30h, reserve uma mesa bem discreta e me espere com um saquê. Ah, e tenha a tarde livre Alfredo.

Eu detestava comida chinesa. Mas o que não se faz por sexo de boa qualidade não é mesmo?

Eu a esperei até as 13:00h. E justamente quando não acreditava mais que ela apareceria, surge-me aquela bela mulher de curvas generosas, lábios carnudos e aquele seu jeito de quem não aceita ser governada. Ela sorriu, sentou-se e chamou o garçom enquanto saboreava seu saquê.

Sob a mesa, sua outra mão passeava entre minhas pernas. A primeira ereção veio a jato quando


ela guiou minha mão por entre suas coxas, saia acima e pude perceber que estava sem calcinha e bem depiladinha. Havia apenas um fiapo de pelos (que eu saborearia com gosto). Estava levemente molhadinha e quente. Aquela mulher parecia adivinhar minhas preferências. Pude notar que ela também estava ansiosa por aquele encontro. Puxei carinhosamente minha mão e lambi os dedos um a um. Ela corou e tomou mais um gole de saquê.

Eu ainda não sabia, mas aquela tarde seria um divisor de águas em minha vida. Nunca mais meus conceitos sobre sexo e prazer seriam os mesmos.

Almoçamos com calma, trocamos amenidades e, ao final, ela apenas disse baixinho:

Siga-me mocinho. Hoje você é todinho meu!

Uma tarde inesquecível

Serena. Este foi o nome com o qual ela se apresentou, guiou-me por ruas estreitas e casas de estilo antigo. Uns quinze minutos depois, sacou da bolsa uma chave e abriu uma porta de madeira trabalhada, através da qual pude ver uma escada que conduzia a vários apartamentos. Não era exatamente um edifício e sim, uma construção antiga, espaçosa e bem cuidada. Já no segundo piso outra porta se abriu. Havia uma ante-sala e, sob uma pesada cortina, a passagem para um quarto amplo e muito bem decorado, apesar de estar num quase breu. Cama redonda, uma grande janela com cortinas de renda.

Novamente ela pegou em minha mão, sorriu com jeito maroto e me conduziu quarto adentro.

Um misto de tesão e ansiedade tomaram conta de mim. Eu, um simples funcionário de


escritório e uma mulher de tirar o fôlego, digna de devaneios mil. Lentamente ela abriu minha camisa, beijou meu peito e sussurrou algo inaudível em meu ouvido. Eu estava mumificado e ainda sedado pelo êxtase. Quase não exprimia reações a altura do momento.

Foi quando um forte cheiro de charuto cubano me invadiu as narinas. Procurei a origem e, num canto, onde havia uma velha poltrona, alguém, em silêncio, a tudo espreitava enquanto bebericava um whisky (eu supus). Era um homem mais velho, aparentava quase 60 anos e, embora bem vestido, seus olhos brilhavam feito criança.

Serena abaixou-se lentamente, como se obedecesse a uma coreografia previamente ensaiada. Abriu meu cinto, meu zíper e sacou, para seu particular deleite, o meu pênis que a esta altura estourava de tesão. Não demorou e ele havia sumido por completo entre seus lábios. Confesso que estava nervoso com a presença de outra pessoa, mas aquele olhar de contemplação dele mexia ainda mais com a minha libido. Foi quando carinhosamente peguei os cabelos de Serena, guiei alguns movimentos mas ousados e, por fim, puxei-a para cima e não resisti ao encanto de seus seios. Primeiro por sobre a blusa que usava, depois livrei-a daquele empecilho e saboreei cada um de seus seios como se fosse a fruta mais saborosa de todo o universo.

Joguei-a sobre a cama e ergui sua saia. Foi quanto tive a visão do paraíso. O mel que ela vertia embriagava-me os sentidos e fiz questão de sorver cada gota. Ela contorcia-se e guiava, com suas mãos, minha cabeça para dentro de si, como se quisesse agasalhá-la inteira em seu sexo. Foi quando ouvi seu primeiro gemido de prazer, seguido de outros e mais outros.

Aquela mulher estava agora possuída, fisgou-me e puxou-me para dentro de si num encaixe alucinado. Ela vertia mel e cada estocada parecia adentrar mais e mais para dentro dela. Ela sorria e olhava para o homem sentado, como se num código, ambos se consentissem e se incentivassem.

Tomei um suador, mas juro que fiz de tudo para não gozar. Eu ainda queria a cereja do bolo e sei que não tardaria a saborear tal manjar.

Uma rápida ducha cheia de carícias e muitos beijos e eu estava ainda mais teso. Aquela


linda bunda bronzeada apontada para mim era tudo o que eu mais desejava naquele momento e, ao chegar na cama novamente literalmente cai de boca naquele botãozinho róseo e nem percebi Serena dar uma volta quase circense sob mim. Novamente engoliu meu pau todinho e o mamou de uma forma que eu me contorcia. Eu nem sei se notei quanto suas mãos alcançaram meu traseiro, primeiro em movimentos circulares e depois numa tentativa sutil de invadir-me.

Neste exato momento dei um pulo. Aquele momento inusitado me pegara desprevenido e eu não estava preparado para este tipo de carícias. Não posso dizer que detestei, mas jamais confessaria isso à ela. Ela sorriu um sorriso safado e falou ironicamente:

Hoje você vai ter o que quer. Mas prepare-se, por que eu quero muito mais de você.

Ficou de quatro sobre a cama e ergueu o objeto do meu desejo. Sinceramente eu acho que ela mexia e saboreava aquela penetração mais do que eu.

Finalmente gozei um gozo escandaloso, delicioso e ímpar. Atirei-me a seu lado na cama e por alguns segundos desfaleci.

Recobrei os sentidos com nosso amigo fazendo a faxina em Serena. Ela delirava e falava


coisas desconexas. Eu, ainda tonto, custava a crer que presenciava aquela cena bizarra porém excitante. A nova ereção foi automática e inevitável, mas enquanto Serena era chupada por aquele homem, ela sorveu cada gota de meu novo gosto.

Exaustos, sentamos na cama e entreolhamo-nos sem a mínima culpa, mas com a certeza de que aquela tarde seria a primeira de muitas.

Serena, com a maior naturalidade apresentou-me o marido. Não sei se era verdade, mas ele fez questão de frisar que era deputado federal e que Serena era sua maior inspiração. Que a amava e que eu devia me sentir um privilegiado por ter sido escolhido por ela.

Nos despedimos e, desta vez, ela prometeu ligar-me para um próximo encontro.

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