sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Uma Noite Com Vitória


Estava muito quente naquela noite. Um verdadeiro forno e apesar do ventilador de teto, não havia como dormir. Eu ainda estava um pouco tonto e com o estômago embrulhado por conta daquela azeitona que eu comi enquanto tomava meu whisky e a cama além de morna, ainda girava.
Não conseguindo mesmo dormir, levantei, fui a geladeira pegar uma água gelada e estava decidido a dar uma bisbilhotada nos e-mails e comentários do blog, talvez assim, aos poucos, eu conseguisse finalmente pegar no sono.
Mal sentara na cadeira do PC e a campainha toca. Esquisito isso, era mais ou menos três horas da madrugada e eu não havia marcado nada com ninguém. Fui abrir. Para meu total espanto era Vitória, filha de uma vizinha próxima, que eu namorara na adolescência, e pasmem: Ela estava com um vestidinho de noite, estilo tubinho, preto, semi rasgado, com os seios quase a mostra e um descosturado numa das coxas.
Vitória tinha a maquilagem borrada pelas lágrimas e o medo se estampava em sua face.
--- O que foi Vitória? Te assaltaram guria?
--- Meu ex me pegou na balada. Queria voltar e ameaçou me bater. Disse ela com os olhos esbugalhados.
--- Poxa. Mas e porque veio aqui? Sua mãe não está em casa?
--- Não sei. Umas amigas me trouxeram até aqui perto. Desci do carro, vi um vulto me seguindo e bati na primeira porta. Tive medo de ir até a minha casa. Não vai me por prá fora Né?
--- Cla-claro que não. Entra!
Silêncio. Apesar dela estar nervosa era impossível não notar em suas curvas e meu lado sádico tinha uma queda quase cafajeste por uma mulher choramingando.
--- Quer uma água? Perguntei.
--- Tem algo mais forte? Desculpa, mas to nervosa sabe.
--- Uma cerveja: Um whisky? Uma tequila? Pode dizer. Eu sirvo prá você.
Ela deu uma risadinha enquanto limpava as lágrimas do rosto e afirmou:
--- Nossa! Você tem um bar em casa. Nenhuma mulher passa vontades aqui né.
Eu sorri quase tímido e acho que devo ter corado por um ou dois segundos.
--- Depende das vontades. (Meu lado In_Correto vinha à tona quase que por instinto).
Ela sorriu e não parecia mais tão nervosa.
--- Acha abuso se eu pedir uma tequila prá você?
--- Que nada. Eu preparo em um segundo.
Dirigi-me até o bar que ficava num canto da sala e fiquei pensando se ela estava meio tontinha do que já tinha bebido ou se a noite estava recém começando. Eita dúvida cruel.
Foi quando eu fiquei de costas para Vitória, preparando a terceira dose que eu senti suas mãos nos meus braços, num roçar de unhas que mesmo que eu fosse um monge (e eu não era), eu não saberia como resistir. Ela sussurrou no meu ouvido:
--- Minha mãe me contou sobre vocês dois na juventude.
--- É? E o que ela disse? Indaguei enquanto me virava para o seu abraço com o copo na mão.
Foi aí que eu percebi que estava apenas com uma boxer. Tudo acontecera tão rápido que eu nem tive tempo de raciocinar. Por um instante senti vergonha da barriguinha que denunciava minha idade.
--- Bom. Dentre outras coisas ela me disse que você é muito criativo e leva qualquer mulher as alturas. Que nunca ninguém fez ela se sentir como você fazia.
--- Nossa. Eu nem sabia que era tão especial assim. Falei enquanto puxava lentamente seu vestidinho semi rasgado para baixo.
--- E eu nunca tive alguém que me fizesse sair de órbita. Será que você consegue? Ela perguntou direto dentro do meu ouvido enquanto suas unhas roçavam por sobre a minha cueca. E esta, por sua vez, já demonstrava o efeito que aquela menina estava causando em mim.
Ela molhou os lábios com sua tequila, fechou os olhos e me ofereceu sua boca para ser beijada.
Eu a beijava; Seu vestido caia; A boxer tornara-se pequena para mim e as mãos de Vitória. Nos agarramos com gana, descemos ao tapete e eu murmurei Drummond:
O Chão é cama para o amor urgente (...)
Acordei perto do meio-dia, louco de fome e com um pouco de dor de cabeça. Olhei para os lados e cadê Vitória? Nada daquela menina deliciosa que eu acabara de saborear por inteiro.
Havia um bilhete sobre a mesa:

“Adorei a noite.
Sempre que me sentir em perigo vou bater na tua porta.
Beijo.
Obs.: Tive que sair cedinho por causa do vestido rasgado.

Vitória”.

Um comentário:

  1. Bom dia Amigo!

    Olha as vezes tb estou em perigo pode me arrumar o endereço????

    Bjk@s

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