A Loira Errada

Fredy ia todos os sábados ao mesmo clube para dançar. Conhecia muita gente lá e via de regra ficava com alguma nova menina que surgia, ou repetia a saida com uma ou outra já conhecida.

Contudo, havia uma loira que invariavelmente ocupava uma mesa do fundo, próxima ao palco. Ele não sabia por que, mas não conseguia tomar a iniciativa de ir até aquela mesa e conversar com ela. Algo o travava.

Ele olhava de longe, sorria,... E nada!

Num sábado de inverno ele tinha outra festa para ir. Chegou no clube bem mais tarde do que de costume, já um pouco alto. O local estava mais vazio do que o normal. Não estava nem cheio e nem vazio, mas ainda era um bom local para se terminar a noite.

A loira estava na mesma mesa e, para espanto de Fredy, sem as amigas de costume. Ele olhou, sorriu e ela, ao longe, devolvera-lhe um sorriso gostoso, insinuante.

Um menino vendia rosas nas mesas e Fredy pagou uma, apontou e pediu ao menino que entregasse à loira que tanto desejava.

Ela recebeu a rosa, cheirou e sorriu olhando dentro dos olhos de Fredy. Ele pegou sua cerveja, foi até a mesa e sentou-se com ela. Tudo estava dando certo naquela noite.

Fredy bebeu e conversou sobre muitas coisas com aquela Loira. Convidou-a para irem a outro lugar e ela concordou sem maiores delongas.

Na manhã seguinte Fredy era vítima de uma ressaca infernal. Deveria ter deixado a cabeça em casa, talvez isso lhe poupasse tantas dores e mal estar. Abriu os olhos lentamente, olhou para o teto. Estava em um motel e já era quase 9:00h da manhã. Até aí tudo bem.

O problema maior foi quando olhou para o lado e viu aquela moça dormindo que em nada se parecia com a loira que ele pacientemente esperara pelo momento certo de tê-la em seus braços.

Agora, acordado e sóbrio, era deprimente. Como podia ele ter errado tão feio?

Mas enfim, a vida é assim. Não se pode ter tudo o que se quer, mas navegar é preciso.

Acidentes acontecem!