À FLOR

A Flor cresceu

e em vão procurou seu par.
E foi por tanto procurar
que quase tudo aconteceu.
Visitou vários sabores,
perdeu-se em mil emoções.
entregou-se a seus amores
e bebeu, em corações.

Libidinosa e faceira,
olhar atrevido e gulosa.
Sorveu de um tudo e, ligeira
foi ficando toda prosa.
Queria voar mais alto,
queria imitar Godiva.
cavalgar em pleno asfalto
para mais, sentir-se viva.

Agora quer viajar,
ter a alma libertada.
Ainda que, mais quer provar:
Quer amar e ser amada.
Falta-lhe a plenitude,
ser fêmea e, absoluta.
Quer seu homem, de atitude,
ordenando-lhe à ser mais Puta!

Pois que assim vai flutuar,
ir a lua, vir do céu,
de muitos falos provar,
lambuzar-se em outro mel.
E seu parceiro, tarado,
a impor-lhe mais desafios.
num amor tão tresloucado
movido a mil desvarios!