Direto do Baú do IN_

A minha primeira namorada, ou a primeira menina que eu gostei tinha um hábito que me deixava desconfortável. Ela punha os cotovelos em meu peito quando dançávamos, impondo assim uma distância física às minhas investidas.

Este IN_ acabava de entrar na adolescência e sentia-se de certa forma obstruído de exercer seus mais primitivos instintos na plenitude. O tempo passou. A menina cresceu, o IN_ cresceu e, na primeira oportunidade em que outra menina se apresentou mais receptiva ao que a vida aos poucos apresentava, foi em vão tentar resistir a todo aquele manancial de novas sensações.

E a menina número 1 foi deixada de lado. Ela esperneou, tentou, chorou. Apresentou-se seminua e disposta a espantar de vez seus fantasmas de menina.

Mas já era tarde.

Ela casou-se no dia de um aniversário do IN_ e, muitos anos depois admitiu ter feito isto como uma forma íntima de auto punição. Pois casara com um, gostando de outro.

E, se hoje, depois de quase trinta e cinco anos escrevo sobre isso, é somente para alertar os desavisados que a vida oferece-nos oportunidade e coloca pessoas especiais em nossos caminhos. Cabe somente a nós colocar os cotovelos na frente ou abraçar o que realmente desejamos.