quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Linda 2 – Voltando no tempo.



Mesmo negando-se a pensar nas coisas que não tinha, havia momentos em que era impossível não recordar.
Não. Ela não se arrependia de nada que tinha feito, afinal tinha filhos lindos e uma boa situação financeira.  Arrependia-se sim, mas de tudo o que não fizera.  
As vezes, nos últimos tempos, pegava-se pensando em Roberto, o jovem filho do mecânico do lugarejo. Responsável por seu primeiro beijo, sua primeira balada e é claro, seu primeiro amor. Era de Roberto também a lembrança de seu primeiro orgasmo, que fluíra com tanta vitalidade e desejo que agora, quase vinte anos depois, ainda lhe fazia suspirar e disparar o coração. Uma lembrança destas guarda-se a sete chaves, pensava Linda em seu íntimo.
Lembrava também da grande amiga e confidente, cujos segredos de adolescentes e cada nova descoberta eram repartidos entre juras recíprocas de silêncio eterno. Laura, por várias vezes incentivara as “loucuras” de Linda e, dava pequenas ajudinhas nas necessárias mentirinhas, como aquela vez em que Linda passara a noite em uma barraca de acampamento com Roberto e, todos pensaram estarem ambas dormindo na casa de Laura.
Óbvio que tudo nessa vida tem um preço. E se havia algo que Laura aprendera desde cedo era negociar seus preços. A menina tinha verdadeira obsessão  por Laura. Um sentimento que ela sequer sabia explicar, mas carregado de desejos e volúpia desmedida.
Justamente quando se via entregue a este verdadeiro e complexo triângulo foi que apareceu na vida de Linda um jovem chamado Guilherme. Ele iria definitivamente mudar o futuro da vida de muitas pessoas.

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